Os saberes matemáticos de jovens e adultos em contexto de privação de liberdade

Autores/as

  • Claudia Meira Universidade Federal Fluminense
  • Maria Cecília Fantinato Universidade Federal Fluminense

Resumen

Resumo

O sistema prisional brasileiro pode ser entendido metaforicamente como uma grande panela de pressão. É eminente o risco de explosão. Neste contexto existe uma constante tensão nas relações entre seus principais sujeitos: presos e agentes executores da pena. A escola existente neste espaço assume, entre suas múltiplas funções, o papel de mediadora de tensões e de espaço de liberdade. Neste trabalho apresentaremos um recorte da pesquisa de Mestrado em andamento, que tem como objetivo principal investigar e compreender os saberes construídos/adquiridos por jovens e adultos em contexto de privação e restrição de liberdade, em busca de uma viabilidade de diálogo entre esses saberes com as aulas de matemática em uma perspectiva transdisciplinar. A pesquisa de campo foi realizada em uma Escola Estadual localizada no interior de uma Unidade Prisional masculina do Estado do Rio de Janeiro, motivada pela prática docente da autora nesta escola. Neste sentido, adotamos na pesquisa a abordagem etnográfica que tem nos permitido imergir no contexto dos alunos presos. Neste trabalho serão apresentados além de uma breve introdução, os seguintes aspectos da pesquisa: delimitação do tema e objetivos (geral e específico), metodologia, referencial teórico, relevância e alguns apontamentos para possíveis resultados, ressaltando que a mesma encontra-se em fase de análise de dados e redação da dissertação.

Abstract

The Brazilian prison system can be understood metaphorically as a large pressure cooker. It is eminent danger of an explosion. In this context there is a constant tension in relations between its main subjects: the arrested and jailers. The school existing in this space assumes, among its many functions, the role of mediator of tensions and of space of freedom. In this paper we present an excerpt of ongoing research which aims to investigate and understand the knowledge built / acquired by young people and adults in the context of deprivation and restriction of freedom, in search of a dialogue between this feasibility knowledge with math classes in a transdisciplinary perspective. The field research was conducted in a state school located within a male Prison Unit of the State of Rio de Janeiro, motivated by the teaching practice of the author in this school. In this sense, we have adopted an ethnographic approach that has allowed us to immerse ourselves in the context of the arrested students. In this work the following aspects of the research will be presented along with a brief introduction: the definition of the theme and the objectives (general and specific), the methodology, the theoretical framework, the relevance and some notes for possible outcomes.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Claudia Meira, Universidade Federal Fluminense

Mestranda em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro – Brasil.

Maria Cecília Fantinato, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e docente do Programa de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro – Brasil.

Citas

André, M. E. D .A. (2011). Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus.

Barton, B. (2004). Dando sentido à etnomatemática: etnomatemática fazendo sentido. In: Ribeiro, José Pedro Machado; Domite, Maria do Carmo Santos; Ferreira, Rogério (Orgs.). Etnomatemática: papel, valor e significado. (pp. 39-74). São Paulo: Zouk.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto.

Cavaco, C. (2002). Aprender fora da escola: percursos de formação experiencial. (pp.26). Lisboa: Educa.

Costa, F. B. (2004). Homens invisíveis: relato de uma humilhação social. Rio de Janeiro: Globo Livros.

D'Ambrosio, U. (1996). Educação Matemática: da teoria à prática. São Paulo: Papirus Editora.

D'Ambrosio, U. (1999). A História da Matemática: questões historiográficas e políticas e reflexos na Educação Matemática. Pesquisa em educação matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: UNESP. 97-115.

D'Ambrosio, U. (2001). Paz, Educação Matemática e Etnomatemática. Teoria e Prática da Educação, 4(8), 15-33. Recuperado de http://www.redalyc.org/pdf/2912/291223444003.pdf

D'Ambrosio, U. (2002). Etnomatemática – Elo entre tradições e modernidade. Belo Horizonte: Autêntica.

Dauster, T. (1996). A prática etnográfica e o campo da educação. In: J. Dayrell (Org.), Múltiplos olhares sobre educação e cultura (pp.15-35). Belo Horizonte: Editora UFMG.

Fantinato, M. C. C. B. (2003). Identidade e sobrevivência no Morro de São Carlos: representações quantitativas e espaciais entre jovens e adultos. (Tese de doutorado). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Freire, P. (1987). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Freire, P. (1997). Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra. Geertz, C. (1989). Estar lá, escrever aqui. Diálogo, 22(3), 58-63.

Julião, E. F. (2003). Política pública de educação penitenciária: contribuição para o diagnóstico da experiência do Rio de Janeiro. (Trabalho de pesquisa de Mestrado não publicado). Departamento de Educação, PUC, Rio de Janeiro, Brasil.

Julião, E. F. (2012). Sistema Penitenciário Brasileiro: A educação e o trabalho na política de execução penal. Petrópolis: FAPERJ.

Julião, E. F. (2013). Educação de Jovens e Adultos no Sistema Penitenciário: notas depesquisa sobre a experiência brasileira. Education Policy Analysis Archives/Archivos Analíticos de Políticas Educativas, 21, 1-20.

Lave, J., & Wenger, E. (1991). Situated learning: Legitimate peripheral participation. New York: Cambridge University Pres.

Miarka, R. (2011). Etnomatemática: do ôntico ao ontológico. (Tese de Doutorado em Matemática). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

Moreira, D. (2009). Etnomatemática e mediação de saberes matemáticos na sociedade global e cultural. In: M.C.C.B. Fantinato, (Orgs.), Etnomatemática: novos desafios teóricos e pedagógicos (pp. 57-67). Niterói, Rio de Janeiro: Editora da Universidade Federal Fluminense.

Onofre, E. M. C. (2002). Educação Escolar na Prisão. Para além das grades: a essência da escola a possibilidade de resgate da identidade do homem encarcerado. (Trabalho de pesquisa de Doutorado não publicado). Departamento de Educação, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, Brasil.

Onofre, E. M. C. (2007). Educação escolar entre as grades. São Carlos: Edufscar.

Peirano, M. G. (1995). A favor da etnografia (No. 130). Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Antropologia.

Velho, G. (1978). Observando o Familiar. In: Nunes, E.O. (Orgs.). A aventura sociológica. (pp. 1-13). Rio de Janeiro: Zahar.

Vieira, E. L. G. (2008). De portas abertas para o cotidiano de uma escola prisional. (Dissertação de Mestrado). Departamento de Educação, PUC, São Paulo, Brasil. Recuperado de http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/12527/12527_1.PDF.

Wenger, E. (1998). Communities of Practice: learning, meaning and Identity. Cambridge, USA: Cambridge University Press.

Publicado

2015-06-30

Cómo citar

Meira, C., & Fantinato, M. C. (2015). Os saberes matemáticos de jovens e adultos em contexto de privação de liberdade. Revista Latinoamericana De Etnomatemática Perspectivas Socioculturales De La Educación Matemática, 8(2), 177-193. Recuperado a partir de https://revista.etnomatematica.org/index.php/RevLatEm/article/view/207