Escravidäo como un etno para matemáticas no Brasil
a população negra feminina frente à pandemia do novo coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.22267/relatem.20131.46Palavras-chave:
Raça, Branquitude, Covid-19, Decolonialidade, Etnomatemática, Educação MatemáticaResumo
Diante da situação em que o mundo passou a vivenciar a partir da pandemia provocada pela Covid-19, naturalizou-se que este debate estivesse atrelado à Biologia, à Medicina, à Tecnologia, à Economia e, em menor grau, às Humanidades. Neste artigo, temos como intenção apresentar e discutir informações que indicam como a população negra, particularmente a população negra feminina, tende a suportar com maior prejudicialidade os efeitos da pandemia. Inicialmente, fizemos um levantamento de reportagens jornalísticas que circularam no país entre janeiro e maio de 2020 que traziam um recorte étnico-racial dos efeitos da pandemia. Em um segundo momento, e como principal objetivo, analisamos como as matemáticas presentes nessas reportagens fazem-nos refletir sobre o cenário histórico e atual de exploração e de extermínio da população negra no Brasil. Essa discussão nos permite situar o Etno da atualidade pandêmica brasileira, produtora de matemáticas, junto à escravidão, que torna a mulher negra mais vulnerável à contaminação pelo vírus pelos postos de trabalho que ocupa, seja como empregada doméstica da elite ou como funcionária do campo da saúde, particularmente das equipes de enfermagem. Por fim, propomos a emergência de um debate em Etnomatemática no contexto da desigualdade racial protagonizada por uma branquitude acrítica no mundo, reivindicando que o espaço científico-acadêmico, majoritariamente branco, assuma responsabilidades para a superação da invisibilização e da assimetria raciais nas pesquisas que promove.
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- 2020-10-27 (3)
- 2020-10-27 (1)
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