A Etnomatemática da cerâmica tradicional
interseções entre os Saberes Tradicionais e a Matemática
DOI:
https://doi.org/10.22267/relatem.24171.106Palavras-chave:
Saberes Tradicionais, Matemática, Etnomatemática, CerâmicaResumo
A integração de saberes tradicionais com conceitos científicos modernos tem se mostrado valiosa em diversos campos de estudo. Nesse contexto, este artigo aborda as interseções entre saberes tradicionais e a Matemática, com ênfase na produção de cerâmica artesanal da comunidade Vila Cuera, em Bragança, Pará, Brasil. O estudo destaca a profundidade da expertise empírica na manipulação e modelagem da argila e sua subsequente conversão em artefatos cerâmicos. O método de pesquisa se pautou por uma abordagem qualitativa, de cunho etnográfico e fez uso de quatro ferramentas de coleta de dados: observação participante, entrevistas semiestruturadas, registros fotográficos e registros fílmicos. O papel da Etnomatemática é enfatizado, demonstrando como as tradições e práticas ancestrais ecoam os princípios da matemática contemporânea e estão alinhadas com os princípios da ciência moderna. Os dados apontam que as técnicas tradicionais adotadas pelos ceramistas da Vila Cuera desempenham um papel crucial na determinação das propriedades simétricas e geométricas presentes na modelagem da argila e nos produtos cerâmicos resultantes. Esses resultados destacam a importância de integrar saberes tradicionais ao cenário científico contemporâneo, proporcionando uma perspectiva mais abrangente e integrada da educação e história da matemática.
Downloads
Referências
Almeida, M. C. (2017). Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição. São Paulo: Ed. Livraria da Física.
Barbosa, A. L. (1951). Pequeno Vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José.
Barton, B. (2004). Dando sentido à etnomatemática: etnomatemática fazendo sentido. In: J. P. M. Ribeiro; M. C. S. Domite & R. Ferreira (Orgs.), Etnomatemática: papel, valor e significado. (pp. 39-74). São Paulo: Zouk.
BRASIL. (2005). Decreto de Criação da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, de 20 de maio de 2005. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/dnn/dnn10531.htm#:~:text=DECRETO%20DE%2020%20DE%20MAIO,vista%20o%20disposto%20no%20art.
Carvalho, M. R. (1987). Dicionário tupi (antigo)-português. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia.
Chauí, M. (2000). Convite à filosofia. São Paulo: Ática.
Dante, L. R. (2005). Matemática, volume único. São Paulo: Ática.
D’Ambrosio, U. (1993). Etnomatemática: um programa. Educação Matemática em Revista, 1(1), 5-11.
D’Ambrósio, U. (1998). Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar ou conhecer. São Paulo: Ática.
D’Ambrósio, U. (2013). Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. São Paulo: Autêntica.
D’Ambrosio, U. (2018). Como foi gerado o nome etnomatemática ou alustapasivistykselitys. In: M. C. Fantinato & A.V. Freitas (Orgs.), Etnomatemática: concepções, dinâmicas e desafios. Jundiaí: Paco Editorial.
Faermam, L. A. (2014). A pesquisa participante: suas contribuições no âmbito das ciências sociais. Revista Ciências Humanas, 7(1), 41-56. https://doi.org/10.32813/2179-1120.2014.v7.n1.a121
Ferreira, E. S. (1991). Por uma teoria da Etnomatemática. Bolema, 22(7), 30- 35.
Gerdes, P. (2007). Etnomatemática: reflexões sobre matemática e diversidade cultural. Ribeirão: Edição Húmus.
Gerdes, P. (2010). Da etnomatemática a arte-design e matrizes cíclicas. Belo Horizonte: Editora Autêntica.
Gerdes, P. (2012a). Etnogeometria: cultura e o despertar do pensamento geométrico. Belo Horizonte, Boane, Moçambique: Instituto Superior de Tecnologias e Gestão (ISTEG).
Gerdes, P. (2012b). Etnomatemática - cultura, matemática, educação. Colectânea de textos 1979-1991. Belo Horizonte, Boane, Moçambique: Instituto Superior de Tecnologias e Gestão (ISTEG).
IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Bragança. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/braganca/panorama
IOEPA – Imprensa Oficial do Estado do Pará. (2015). Região de Integração: rio caeté. https://www.ioepa.com.br/pages/2015/12/30/2015.12.30.DOE.suplemento_518.
Knijnik, G. (2009). Pesquisa em Etnomatemática: apontamentos sobre o tema. In: M. C. C. B. Fantinato (org.), Etnomatemática: Novos desafios teóricos e pedagógicos. (pp. 135-142). Niterói: EdUFF.
Latour, B. (2006). Como terminar uma tese de sociologia: pequeno diálogo entre um aluno e seu professor (um tanto socrático). Cadernos de Campo, 15(14-15), 339-352. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p339-352
Lévi-strauss, C. (2012). O pensamento selvagem. (T. Pellegrini Trad.). Campinas: Papirus, 2012.
Loureiro, J. J. P. (1987). Turismo - inventário cultural e turístico da bragantina. Belém: Instituto de Desenvolvimento Econômico Social do Pará.
Mendes, I. A. & Farias, C. A. (2014). Práticas socioculturais e educação matemática. São Paulo: Ed. Livraria da Física.
Mignolo, M. W. D. (2005). A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: E. Lander (Org), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. (pp. 33-49). Buenos Aires: CLACSO.
Morin, E. (2011). O Método 4 - As ideias: habitat, vida, costumes, organização. Porto Alegre: Sulina.
Oliveira, M. M. (2016). Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes.
Perinelli Neto, H. (2019) A construção de pesquisas qualitativas e o fazer cinematográfico: contribuições do documentário brasileiro contemporâneo aos estudos de caso. In: M. A. V. Bicudo & A. P. Costa (Org.), Leituras em pesquisa qualitativa. (pp. 377-396). São Paulo: Ed. Livraria da Física.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: E. Lander (Org), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. (pp. 107-130). Buenos Aires: CLACSO.
Reyna, C. P. (2014). Reflexões do uso do filme na prática antropológica. In: A. L. C. Ferraz & J. M. Mendonça (Org.), Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. (pp. 677-712). Brasília: ABA.
Rocha, A. L. C. & Eckert C. (2014). Experiências de ensino em antropologia visual e da imagem e seus espaços de problemas. In: A. L. C. Ferraz & J. M. Mendonça (Org.), Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa. (pp. 51-111). Brasília: ABA.
Rosario, S. A. S. & Saraiva, L. J. C. (2017). Matemática da argila: a Etnomatemática presente no processo de construção da cerâmica caeteuara. Amazônica - Revista de Antropologia, 9(1), 537-548. http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v9i1.5503
Rosario, S. A. S. (2018). A etnomatemática e a etnofísica da cerâmica produzida na Vila Cuera em Bragança (PA). [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Pará]. https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7110433
Rosario, S. A. S.; Cardoso, S. R. P. & Saraiva, L. J. C. (2018). Saberes Etnomatemáticos, Etnofísicos e Etnoquímicos envolvidos no processo de produção da cerâmica caeteuara de bragança-pa: uma análise interdisciplinar a partir dos etnossaberes. Atlante Cuadernos de Educación y Desarrollo, n. septiembre, 1-13. https://www.researchgate.net/publication/374231960_Saberes_Etnomatematicos_Etnofisicos_e_Etnoquimicos_envolvidos_no_processo_de_producao_da_ceramica_caeteuara_de_Braganca-PA_uma_analise_interdisciplinar_a_partir_dos_etnossaberes
Rosario, S. A. S. & Silva, C. A. F. (2020). A física da argila: diferentes formas de sentir e interpretar fenômenos físicos. Research, Society and Development, 9(8), e294985306. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5306
Rosario, S. A. S. & Farias, C. A. (2023). O uso do caraipé na cerâmica Caeteuara: interseções entre os saberes da tradição e a termodinâmica. REMATEC, 18(45), e2023005. http://dx.doi.org/10.37084/REMATEC.1980-3141.2023.n45.pe2023005.id544
Santos, B. S. (2008). Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez.
Stewart, I. (2012). Uma história da simetria na Matemática. Rio de Janeiro: Zahar.
Tibiriça, L. C. (1984). Dicionário Tupi-Português: com esboço de gramática de Tupi Antigo. São Paulo: Traço Editora.
Taquette, S. R. & Borges, L. (2019). Métodos qualitativos de pesquisa: um olhar epistemológico. In: M. A. V. Bicudo & A. P. Costa (Org.), Leituras em pesquisa qualitativa. (pp. 77-96). São Paulo: Ed. Livraria da Física.
Toledo, V. M. & Barrera-Bassols, N. (2015). A memória biocultural: a importância ecológica das sabedorias tradicionais. (R. Peralta Trad.). São Paulo: Expressão Popular.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autoria
Uma vez que o artigo seja aceito pela Revista Latinoamericana de Etnomatemática, os/as autores transferem os direitos de publicar e distribuir o texto eletronicamente, assim como para arquivar e torna-lo acessível online.
Os autores podem distribuir seu próprio material sem a permissão da Revista Latinoamericana de Etnomatemática, mas devem sempre esclarecer que a versão original esta em http://www.revista.etnomatematica.org
Copyright © 2008, Revista Latinoamericana de Etnomatemática. Todo o conteúdo da Revista Latinoamericana de Etnomatemática está disponível sob a Licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional e pode ser usado livremente dando crédito aos autores e da revista, conforme é estabelecido por esta licença.
