Fatores sociais ligados a modelos matemáticos em um contexto de pandemia

Resumo

Este texto objetiva problematizar a territorialização da escola neoliberal, que cada vez mais se insere no cenário brasileiro, gerando visibilidade nas relações temporais e espaciais, indissociáveis, de suas práticas escolares, intensificadas por um contexto pandêmico. Isso implica inevitável e urgentemente pensar em outras escolas que desterritorializem essa lógica neoliberal e potencializem outras formas de fazer pulsar a vida, habitem outros tempos e espaços e constituam outras formas de vida escolar. Algo contrário ao processo de reterritorialização neoliberal que intensifica e acelera as desigualdades de vida. Não se trata de propor um modelo de escola, menos ainda, de considerar a escola como uma tela de computador e os professores como os mais novos influenciadores digitais, mas de realçar que outros arranjos pulsam de forma diferente em nosso trabalho na escola, especialmente no presente. Trata-se de sintonizar os silêncios que nos habitam, alguns deles fortemente invisíveis pelas práticas dominantes, e de educar uma atenção corporal para perceber que a inquietante quietude provocada pelo isolamento social pode nos ensinar algo. Precisamos ir mais devagar, precisamos ir mais devagar, perceber que a força mortal, caótica e devastadora de uma pandemia nos colocou a pensar sobre os valores da vida, da vida escolar, mas também produziu uma força inventiva gerando possibilidades e resistências a compor outros acordes vitais, ainda não pensados ​​e vividos em nossas disciplinas. Essa composição músico-textual foi dividida em dois movimentos: primeiro, a problematização sobre as práticas decorrentes do neoliberalismo escolar; segundo, a discussão sobre os potenciais desestabilizadores da escola com a composição de outros ritmos escolares.