Etnomatemática e a utilização da calculadora no contexto de Empreendimentos Econômicos Solidários
Palavras-chave:
Etnomatemática, Empreendimentos Econômicos Solidários, Conhecimento Matemático, Calculadora.Resumo
Focalizando a Educação Matemática no contexto da Economia Solidária e com base principalmente nos princípios da Etnomatemática, em nossas investigações procuramos levantar situações em que a matemática é utilizada nos afazeres de empreendimentos econômicos solidários (EES). Nessa busca, nos atemos ao papel da calculadora em dois tipos de EES, uma cooperativa de limpeza (CL) e um grupo de fabricação de sabão Caseiro (GFSC). A pesquisa é de cunho qualitativo e a coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas, observação participante e intervenções pedagógicas. Como resultado foi possível perceber que a matemática se faz presente nas mais diversas situações do cotidiano desses grupos. Em relação à calculadora, no caso da CL observou-se que seus membros faziam uso deste recurso nas diversas tarefas que realizavam, porém muitas vezes a utilizavam de forma automática, sem entendimento dos cálculos efetuados. Assim, com esse grupo um trabalho pedagógico em Educação Matemática foi realizado visando a compreensão do grupo das operações básicas com números decimais. Em relação ao GFSC, observou-se que os seus membros não utilizavam a calculadora e que esta poderia beneficiar o trabalho do grupo, por isso com este empreendimento realizou-se um trabalho pedagógico para introduzir o uso desta tecnologia com compreensão. Em ambos os casos concluiu-se que a calculadora é um elemento importante para esses grupos e seu uso de forma adequada pode contribuir para que eles tenham maior autonomia em suas atividades do cotidiano de trabalho e nas tomadas de decisões e, portanto, para o fortalecimento do grupo enquanto um EES.
Downloads
Referências
Bassani, L. T., Silva, P. R. & Abitante, L. G. (2011, setembro). Utilização Da Calculadora Científica Como Recurso Didático No Ensino-Aprendizagem Em Matemática. Anais da Mostra de Iniciação Científica, Concórdia, SC, Brasil.
Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora.
Brandão, C. R. (2001). O que é educação. São Paulo: Brasiliense.
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria Nacional de Economia Solidária. (2006). Atlas de Economia Solidária no Brasil. Brasília, DF, Brasil.
Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1997). Matemática. Ensino Fundamental. Brasília. MEC/SEF.
Brasil. Ministério da Educação (2018). Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Recuperado em 05 de maio de 2018, de <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>.
D’Ambrosio, U. (1987). Reflections on ethnomathematics. ISGEm Newsletter, Albuquerque, 3(1), 3-5.
D’Ambrosio, U. (1990). Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar e conhecer. 5a. Edição. São Paulo: Editora Ática.
D’Ambrosio, U. (2001). Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. Minas Gerais: Autêntica.
Diniz, R. S. & Lins, A. F. (2010). Devo ou não usar calculadora nas aulas de matemática? Anais do 6º Encontro Paraibano de Educação Matemática. Monteiro, PB, Brasil.
Ferreira, S. E., Carmo, N. R. & Alves, A. A. (2012). Calculadora em sala de aula: prós e contras. Anais da 6ª Jornada Acadêmica. Santa Helena de Goiás, GO, Brasil.
Knijnik, G. (2014). Juegos de lenguaje matemáticos de distintas formas de vida: contribuciones de Wittgenstein y Foucault para pensar la educación matemática. Educación Matemática, 25, 146-161.
Meneghetti, R. C. G. (2013). Educação matemática e economia solidária: Uma aproximação por meio da etnomatemática. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, 6 (1), 40-66.
Moreira, D. (2009). Etnomatemática e mediação de saberes matemáticos na sociedade global e multicultural. In M. C. C. B. Fantinato (Org.), Etnomatemática: novos desafios teóricos e pedagógicos (pp. 59-68). Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense.
Mothé, D. (2009). Autogestão. In A. D. Cattani, J. L. Laville, L.I. Gaiger & P. Hespanha, (Orgs.). Dicionário Internacional da Outra Economia (pp. 26-30). Coimbra: Editora Almedina.
Richit, A. & Miskulin, R. G. S. (2013). Compreensões de professores de cálculo diferencial e integral no contexto das tecnologias digitais: perspectivas da utilização de ambientes computacionais. Anais do 7º Congresso Iberoamericano de Educação Matemática, Montevideo, Uruguay.
Rosa, M.& Orey, D.C. (2006). Abordagens atuais do programa etnomatemática: delineando um caminho para a ação pedagógica. Bolema, 19(26), 19-48.
Sandroni, P. (Org.) (1999). Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller.
Selva, A. C. V. & Borba, R. E. S. R. (2010). O uso da calculadora nos anos iniciais do ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Souza, L. P. & Santos, S. A. (2007). Problemas matemáticos abertos e o predomínio da calculadora. Anais do 6º Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, SC, Brasil.
Wanderer, F. (2007). Escola e matemática escolar: mecanismos de regulação sobre sujeitos escolares de uma localidade rural de colonização alemã do Rio Grande do Sul. (Tese de Doutorado em Educação), Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoria
Uma vez que o artigo seja aceito pela Revista Latinoamericana de Etnomatemática, os/as autores transferem os direitos de publicar e distribuir o texto eletronicamente, assim como para arquivar e torna-lo acessível online.
Os autores podem distribuir seu próprio material sem a permissão da Revista Latinoamericana de Etnomatemática, mas devem sempre esclarecer que a versão original esta em http://www.revista.etnomatematica.org
Copyright © 2008, Revista Latinoamericana de Etnomatemática. Todo o conteúdo da Revista Latinoamericana de Etnomatemática está disponível sob a Licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional e pode ser usado livremente dando crédito aos autores e da revista, conforme é estabelecido por esta licença.